Pássaros bicam pessoas que passam por avenida na zona sul da cidade.
Grupo de comerciantes e moradores colocaram placa de alerta em calçada.
Segundo um zootecnista e moradores do quarteirão, os voos rasantes do bicho e as bicadas nas cabeças de quem passa são provocados pelo instinto de proteção. Os sabiás estão no período de reprodução e temem pelos filhotes que estão em ninhos, nas copas de duas árvores da avenida.
O carteiro Antônio Guedes, acostumado a escapar dos latidos de cães enquanto entrega a correspondência, se assustou com ataque que desta vez veio do céu. “Não esperava, só vi um trem voando para o meu lado”, disse. “O jeito é ter cautela”.
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Ataque repetitivo
Segundo os moradores e comerciantes da avenida, os ataques começaram há um mês e se repetem há pelo menos um ano. “Todo ano tem um ninho aqui”, contou a assistente social Karen Farnochi.
Ela passa correndo pela calçada quando vai buscar o filho na escola. “Tem que correr do passarinho, porque ele vem com muita força na cabeça da gente. É divertido quando a gente está sozinho, mas com criança é perigoso”, comentou.
‘Cuidado’
Os funcionários de uma empresa em frente a uma das árvores onde os sabiás têm um ninho alertam os pedestres. “Geralmente o pessoal coloca placa de cuidado com o cão bravo, aqui a gente coloca para ter cuidado com o passarinho”, disse o auxiliar administrativo Luiz Melo.
Quem vê o recado e acha que a placa é brincadeira acaba tendo, literalmente, muita dor de cabeça. “As pessoas ficam meio preocupadas, quase caindo, desesperadas, correndo e cada pessoa tem uma reação, porque machuca”, afirmou a comerciante Maria Claudia Paredes.
Instinto
Além das copas das árvores, os sabiás se escondem no meio dos fios, nas grades dos portões e no telhado. Segundo o especialista em zootecnia Alexandre Gouvea, os voos rasantes têm um motivo instintivo.
“De julho a dezembro é o periodo reprodutivo das aves e no caso os pais, tanto o macho quanto à fêmea, estão protegendo os filhotes. Eles já nasceram e isso é uma reação natural da espécie, simplesmente”, explicou.
Para as aves, quem passar nas proximidades pode ser encarado como predador. “Para eles somos uma ameaça, então estão sinalizando, tipo um sentinela e nós temos que respeitar o espaço deles”, afirmou Gouvea.