Exploração de mulheres ocorreu durante a II Guerra Mundial.
70 anos depois da guerra, tema continua afetando relações entre os países.
O ministro das Relações Relaciones Exteriores do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país está pronto para “trabalhar arduamente” em um diálogo com a Coreia do Sul para alcançar um acordo sobre o drama histórico das mulheres submetidas à escravidão sexual durante a II Guerra Mundial.
“Em minha visita a Coreia vamos nos coordenar sobre o tema”, disse Kishida a respeito do diálogo entre os dois países sobre um tema que, 70 anos depois do fim da guerra, continua afetando as relações entre os países, em um momento em que cada vez há menos mulheres sobreviventes.
Estamos prontos para “trabalhar arduamente na relação entre Japão e Coreia do Sul e no tema das “mulheres conforto'”, disse o ministro, utilizando o eufemismo adotado por Tóquio para mencionar o tema.
Na quinta-feira, a imprensa afirmou que o primeiro-ministro Shinzo Abe havia ordenado a Kishida uma viagem a Seul até o fim do ano para abordar o tema.
O Japão divulgou uma declaração em 1993 na qual expressava “sinceras desculpas e arrependimento” às mulheres que sofreram uma “dor incomensurável, do ponto de vista físico e psicológico pelas feridas, depois que foram usadas como ‘mulheres conforto'”.
Mas o tema está longe de ser um assunto do passado entre os dois países, que em 1965 normalizaram suas relações. Desde então, Tóquio repassou quase US$ 800 milhões em subvenções ou empréstimos para sua ex-colônia.
Seul, no entanto, deseja que Tóquio formule uma nova declaração para pedir perdão às mulheres escravizadas nos prostíbulos do exército imperial.
Em junho, um grupo de sobreviventes apresentou a um tribunal americano uma demanda para receber uma compensação de US$ 20 milhões do governo japonês.
No mês passado, Abe e a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, se reuniram para solucionar o tema e, desde então, diplomatas dos dois países se encontraram em várias ocasiões.
Antes da reunião, Park se recusara a negociar com o Japão se Tóquio não condenasse antes os crimes cometidos durante a guerra e a ocupação, entre 1910 e 1945.
Segundo historiadores, quase 200.000 mulheres, principalmente coreanas mas também chinesas, indonésias e de outras nacionalidades foram submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês.