O dólar comercial abriu os negócios nesta segunda-feira (14) com alta de mais de 1% ante o real diante da forte aversão ao risco nas praças internacionais, uma vez que os investidores seguem preocupados com o impasse político na Grécia.
Por volta das 14h10, a moeda norte-americana subia 1,84%, cotada a R$ 1,992 na venda.
“O dólar está totalmente sintonizado com o mercado lá fora”, disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, Ovidio Soares.
Na sexta-feira (11), após um dia de instabilidade, o dólar fechou em leve alta de 0,2%, cotado a R$ 1,9560 para venda. Na última semana, a moeda dos Estados Unidos teve valorização de 1,56%.
O impasse político na Grécia e a derrota do partido da chanceler alemã, Angela Merkel, em importante eleição regional também pressionam o mercado acionário, fazendo a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuar com força nesta segunda-feira.
Às 14h14, o Ibovespa operava em queda de 2,16%, aos 58.1601 pontos.
Grécia
No domingo (13), terminou em impasse a reunião entre o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, e os líderes dos três principais partidos do país para tentar formar um governo de coalizão.
As forças políticas têm prazo até terça-feira para formar um executivo, caso contrário, novas eleições devem ser marcadas para junho. Essa possibilidade preocupa a Europa e os mercados financeiros.
Papoulias encontrou-se com Antonis Samaras, do conservador Nova Democracia, Evangelos Venizelos, do socialista Pasok, e Alexis Tsipras, da frente de esquerda radical Syriza.
Nenhum dos três partidos que obtiveram os melhores resultados eleitorais conseguiu, ao longo da semana passada, formar um governo de coalizão.
Os resultados das eleições legislativas – com uma forte alta do Syriza e a entrada dos neonazistas no Parlamento – preocuparam seriamente a Europa e os mercados financeiros.
Os partidos tradicionais, Pasok e Nova Democracia, ambos europeístas e favoráveis ao draconiamo plano de austeridade imposto à Grécia em troca de ajuda financeira, não somaram assentos suficientes para obter a maioria no Parlamento.
A maior parte dos demais partidos, incluindo a esquerda radical Syriza, se opõe de maneira taxativa à austeridade e não negocia.
Se houver nova eleição, o Syriza deve terminar na primeira posição.
Se o próximo governo rejeitar o pacote, autoridades da UE dizem que será o fim dos empréstimos que Atenas precisa para evitar a moratória e a sua possível saída da zona do euro.
Pesquisas mostram que a grande maioria dos gregos rejeita o pacote, mas quer manter o euro como moeda.