Um avião de passageiros teve uma escolta inusitada durante o voo na quinta-feira (25). Um Airbus A 320 que operava o voo 3665 da TAM seguia de Aracaju para o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, quando perdeu contato com os radares da Força Aérea Brasileira (FAB) no meio do caminho. Segundo a Aeronáutica, houve um desvio de rota da aeronave e um espaço de tempo de mais de uma hora sem comunicação. Um caça F-5M da FAB foi enviado para acompanhar o Airbus até São Paulo.
Depois de sair de Aracaju, o avião deveria passar por Salvador, Porto Seguro, Belo Horizonte e Poços de Caldas até chegar a Guarulhos, segundo o plano de voo informado pelo piloto à Aeronáutica. O planejamento, porém, não foi seguido, e a FAB decidiu acionar o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e enviar, da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio, o caça F-5M. Assim, o voo voltou a ser totalmente monitorado pela rede de radares da FAB.
A situação foi descrita como “anormal” pela Aeronáutica e o procedimento é conhecido como “socorro em voo”. “Se necessário, o avião da FAB poderia ajudar o voo da TAM a realizar o pouso em segurança”, disse o órgão, em nota. Não foi necessário: o Airbus pousou sem atrasos no aeroporto de Guarulhos às 17h da quinta-feira.
Segundo a TAM, o Airbus que fazia a rota Aracaju-São Paulo sofreu uma “falta de comunicação com os órgãos de controle aéreo durante parte do voo”, e o caça foi enviado para “prestar qualquer apoio eventualmente necessário”. A comunicação com os órgãos de controle aéreo foi reestabelecida e “em nenhum momento houve risco à segurança”, de acordo com a companhia. Os passageiros não tomaram conhecimento da escolta. A TAM disse ainda que “a aeronave esteve todo o tempo identificada nas telas dos radares de Vigilância do Sistema Aéreo, voando em uma rota prevista nas cartas de navegação.”
Na noite de sexta-feira, um outro avião da TAM que seguiria de Guarulhos para Londres precisou retornar ao aeroporto minutos após a decolagem por causa de um problema técnico. A companhia afirma que os 262 passageiros receberam alimentação, hospedagem e transporte e foram reacomodados em um voo extra no dia seguinte. “Em voos transoceânicos, este é um procedimento de segurança. A aeronave passa por manutenção”, disse a companhia, em nota. No dia 10 deste mês, um voo também da TAM que partiu de Paris com destino ao Rio com 201 passageiros teve de retornar ao Aeroporto Charles de Gaulle após um problema técnico. Os passageiros foram reacomodados em outros voos.