Uma menina de 5 anos de idade foi submetida a uma cirurgia, a primeira do género na Europa, em que lhe foram amputadas as pernas para usar os ossos das mesmas na coluna.
A coluna de Rosie Davies, de Walsall, na região de West Midlands, já não podia suportar o seu peso corporal devido à falta de alguns ossos na mesma. Os órgãos da menina britânica estavam a ser esmagados e, segundo a família, Rosie era “uma bomba-relógio’, cita o site da BBC.
Rosie depois da cirurgia Fotografia © DR/BBC
A cirurgia salvou-lhe a vida mas o custo não foi pouco. A menina perdeu as duas pernas, do joelho para baixo, que nunca tinha sido capaz de mover. Rosei nasceu com uma doença extremamente rara, chamada ‘disgenesia vertebral segmentar ‘. Faltavam cinco ossos à sua coluna, deixando um espaço vazio de 10 centímetros na mesma. As suas pernas, nas quais não tinha sensibilidade quase nenhuma, estavam contorcidas e fletidas junto à barriga. Aos poucos, a menina foi ficando sem espaço no peito e a luta pela sua vida tornou-se uma corrida contra o tempo, diz a BBC.
Na última radiografia realizada antes da operação foi possivel concluir que os seus rins estavam já a ser esmagados. Na complicada cirurgia, as pernas de Rosie foram amputadas do joelho para baixo e uma parte específica do osso foi retirada para construir uma espécie de ponte no espaço que tinha na sua coluna, diz a BBC.
Duas hastes de metal foram posteriormente aparafusadas à parte superior da coluna e às ancas, para providenciar um apoio extra, de modo a possibilitar os movimentos. A operação decorreu no ‘Birmingham Children’s Hospital’, e demorou cerca de 13 horas. Em declarações à BBC, o pai da jovem afirmou que “antes ela era basicamente uma bomba-relógio, nunca sabíamos quanto tempo demoraria a explodir, nunca sabíamos quanto tempo íamos ter com ela”. “Depois da operação a sua esperança de vida aumentou para a de uma criança normal”, acrescentou.
Apesar de ter perdido parte das pernas, os pais afirmam que a sensibilidade começou a voltar, o que significa que um dia Rosie poderá ser capaz de andar com o auxílio de próteses. “Tudo o que ela sempre quis foi ser como a irmã. Tudo o que ela queria era andar de bicicleta como a irmã, correr como a irmã”, afirmou o seu pai, acrescentando que a menina está agora muito mais confiante.