Nagisa Oshima, diretor de ‘O império dos sentidos’, morre aos 80 anos.

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Cineasta japonês morreu por conta de uma pneumonia, informou a NHK.
Ele foi um dos responsáveis pela ‘nova onda’ do cinema no Japão.

Cineasta japonês Nagisa Oshima no Festival de Cannes 2000 (Foto: Jack Guez/AFP)Cineasta japonês Nagisa Oshima no Festival de
Cannes 2000 (Foto: Jack Guez/AFP)

O cineasta japonês Nagisa Oshima, diretor de filmes como “O império dos sentidos” (1976) e “Furyo, em nome da honra” (1983), morreu aos 80 anos em um hospital de Kanagawa, ao sul de Tóquio, por causa de uma pneumonia, informou nesta terça-feira (15) a rede pública de televisão NHK.

Considerado um dos diretores mais ousados e controversos do Japão, Oshima foi, nos anos 60, um dos emblemáticos realizadores da chamada “nova onda” japonesa e, em décadas seguintes, tornou-se um dos nomes mais importantes do cinema de seu país.

Entre outros longas importantes dentro de sua filmografia estão “Tabu” (1999) – seu último longa –, “Koshikei” (1968) e “O império da paixão” (1978). O já citado “Furyo, em nome da honra” tem no elenco os músicos David Bowie e Ryuichi Sakamoto (da banda Yellow Magic Orchestra).

O cineasta era casado com a atriz Akiko Koyama, que o acompanhava no momento de sua morte hoje às 15h25 (horário local, 4h25 em Brasília) no hospital de Fujisawa, em Kanagawa, segundo a NHK. Oshima tinha sofrido uma hemorragia cerebral em 1996 que lhe causou uma paralisia e o obrigou a seguir uma longa reabilitação, embora em 1999 tenha voltado à direção com o filme “Tabu”, seu último longa-metragem.

Nascido em Okayama em março de 1932, Nagisa Oshima estudou Direito na Universidade de Kioto, onde se destacou por seu ativismo de esquerda e desenvolveu seu gosto pela literatura e pelo teatro. Ao concluir seus estudos, entrou para uma produtora local, mas poucos anos depois, desencantado, criou sua própria companhia, que fracassaria comercialmente e o obrigaria a trabalhar para a televisão.

Nos anos 60 se consolidou como uma das figuras mais críticas da sociedade e da política de seu tempo, que denunciava em filmes que frequentemente tinham como protagonistas personagens rebeldes ou criminosos. “O império dos sentidos” (1976) o consagrou em nível internacional. O filme, com um forte conteúdo sexual, foi censurado no Japão e rejeitado no Festival de Cinema de Nova York, mas obteve o Prêmio Internacional do Festival de Cinema de Cannes e um amplo reconhecimento internacional.

As obras do cineasta japonês foram objeto de homenagem em vários certames, entre eles o Festival de Internacional de Cinema de San Sebastián, que em novembro do ano passado anunciou que em sua próxima edição Oshima será objeto de uma retrospectiva que reunirá todos seus longas-metragens para o cinema.

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