Secretário do governo de Rondônia, Júnior Lopes é preso preventivamente durante operação em Porto Velho

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Júnior é suspeito de participar de um esquema de fraude em contratos e falsidade ideológica envolvendo eventos festivos em Rondônia. Servidores públicos também foram afastados e mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação. Júnior Lopes
Jefferson Carvalho
O secretário afastado em novembro da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Lourival Junior de Araújo Lopes, conhecido como Júnior Lopes, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (13) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Porto Velho.
Júnior Lopes, que também é ex-jogador de futebol, e outros servidores públicos são investigados por fraude e falsidade ideológica em contratos públicos. Desde novembro, outros três servidores foram afastados por determinação do MInistério Público de Rondônia (MP-RO).
Segundo as investigações, houve direcionamento na escolha da associação que organizou vários eventos sob o comando do secretário afastado, entre eles a Expovel 2023. O MP-RO percebeu que a entidade beneficiada não possuía capacidade técnica ou legal para receber recursos públicos. No total, são investigados o uso de R$ 13 milhões de recursos públicos nos eventos supostamente irregulares.
Segundo o MP-RO, a prisão do secretário se fez necessária porque foi constatado que os investigados e pessoas próximas a eles tiveram acesso a informações privilegiadas e começaram a agir para alterar e destruir provas.
O g1 tenta contato com a defesa de Júnior Lopes. O Governo de Rondônia também foi acionado, mas não apresentou resposta até a última atualização desta reportagem.
Entenda as irregularidades
Além do direcionamento de quem organizaria as festividades, quando na verdade deveria ocorrer um processo licitatório regular, o presidente da associação escolhida teria usado o cargo para beneficiar as próprias empresas. Também eram cobradas entradas em camarotes que deveriam ser de acesso gratuito à população.
Na 13ª edição da Expovel, em 2024, outra entidade sem fins lucrativos foi contratada. O presidente era uma pessoa próxima a um agente do Estado. Nesse caso, foi constatado um superfaturamento no pagamento das atrações artísticas, avaliados em R$ 4 milhões. Também foram identificadas irregularidades similares às da edição anterior, como a cobrança de camarotes.
Na primeira fase da operação do Gaeco foram cumpridas medidas judiciais como:
busca e apreensão domiciliar e veicular,
suspensão de repasses da (Sejucel) às entidades envolvidas
afastamento de um secretário de Estado e de uma servidora pública por 90 dias, com proibição de acesso às instalações do órgão público e contato com testemunhas.
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