A Venezuela criticou neste sábado (29.nov.2025) a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), que orientou companhias aéreas a tratarem o espaço aéreo acima e ao redor do país sul-americano como “totalmente fechado”. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano classificou a fala como uma “ameaça colonialista” e um ato “hostil, ilegal e arbitrário”.
Segundo Caracas, a mensagem de Trump representa uma tentativa de aplicar de forma extraterritorial a jurisdição norte-americana, em violação ao direito internacional. O governo citou a Convenção de Chicago, que estabelece que cada país tem “soberania absoluta” sobre o espaço aéreo do seu território.
A reação de Trump se deu depois de os venezuelanos terem revogado a licença de 6 empresas de aviação que haviam suspendido voos no país por causa do aumento das tensões com os norte-americanos. As companhias afetadas foram:
- Gol (Brasil);
- Latam (Chile);
- Avianca (Colômbia);
- Iberia (Espanha);
- TAP (Portugal);
- Turkish Airlines (Turquia).
Apesar de a Latam constar na lista, o governo venezuelano incluiu somente a operação colombiana da companhia. A Latam Brasil não faz voos diretos para a Venezuela.
As companhias aéreas suspenderam, no sábado (23.nov) e no domingo (24.nov), seus voos para a Venezuela, depois que a FAA (Agência Federal de Aviação, na sigla em inglês) dos EUA emitiu um alerta de segurança acerca de uma “situação potencialmente perigosa” por causa da “atividade militar intensificada” na região.
A FAA alertou que “as condições de segurança no espaço aéreo venezuelano não estão garantidas” e orientou todos os voos da área a “exercerem cautela”.
Ao reagir ao movimento das companhias aéreas, Trump escreveu: “A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas: por favor, considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela como totalmente fechado”.
No comunicado divulgado neste sábado (29.nov), a Venezuela rejeitou “qualquer ordem, ameaça ou interferência de potências estrangeiras” e disse que manterá o exercício da soberania sobre seu espaço aéreo “em conformidade com o direito internacional”. O país também pediu que a comunidade internacional e organismos multilaterais “rejeitem firmemente” o que chamou de “ato imoral de agressão”.